Tratado do Porto
O Porto, cidade mas, embora apenas de uma forma geral, também distrito, encontra-se numa fase de crescente perda de influência na vida política nacional e de visibilidade no plano internacional. É um ciclo difícil de inverter e precisamos certamente de muitas pequenas vitórias de indivíduos e pequenas empresas e instituições mais do que de grandes ideias, grande projectos, grandes desígnios.
Não podemos no entanto desprezar o valor dos símbolos. Cidades houve que muito ficaram a dever a grandes monumentos (basta lembrar Paris, por exemplo), com um grande edifício (Kuala Lumpur), com um grande projecto (temos Lisboa aquia ao lado) não só porque grandes projectos levam atrás muitos projectos pequenos (lembremos o caso da Auto-Europa) mas também pelo poder dos símbolos.
O Porto precisa de símbolos, numa altura em que a própria Torre dos Clérigos não chega à categoria de "Maravilha de Portugal". Um Tratado do Porto pode não ser um projecto capaz de relançar o Porto, mas certamente colocaria os olhos da Europa na cidade, bem como os do poder central (o que levaria a fazer algumas limpezas de última hora) e mais importante: colocaria os portuenses a ver a cidade e a Europa e a pensa-las como duas escalas não antagónicas da sua cidadania.
Vale a pena ler o documento do Clube Quarta Dimensão e assinar a petição:
http://www.PetitionOnline.com/porto/
2 comentários:
Talvez se construirem mais um Shopping, ainda maior, se consiga dar mais alguma visibilidade à cidade.
Até sugeria um sítio: mesmo no centro dos Aliados, com o maior Mc Donalds da Europa, a maior Pull N'Bear do país e mais uma ou outra fnac...
P.S.: Alguém se lembra de ir ao cash-and-carry para fazer as compras do mês?
Uma cidade como a do Porto não tem, infelizmente, dimensão territorial nem funcional para alcançar um estatuto tal que, permita a designação de um tratado europeu com o seu nome.
As cidades não são meros aglomerados urbanos. E, igualmente, não podem valer no presente pelo acumular de eventos históricos no passado. Creio que o Porto tem um papel fundamental à sua escala.
Um dos maiores problemas estruturais da UE é o das assimetrias regionais. Todos sabemos que as disparidades em riqueza, acesso a serviços, dimensão de tecido urbano e demográfico, desenvolvimento tecnológico, são uma realidade no seio da comunidade dos 27, situação que tem vindo a acentuar-se.
Obviamente, um local como a nossa bela cidade tem muito para dar. A atracção de investimentos é uma prioridade, mas, primeiramente, há que mostrar, de forma clara, a todo o país, que os portuenses e os nortenhos em geral vêm o Porto como um local de oportunidades. O simples facto de acreditarmos no potencial da cidade é já uma mais-valia.
De momento, espero que o Porto mantenha a sua luta de hegemonia a nível regional, no eixo atlântico, rebatendo a concorrência de algumas cidades galegas. Aposta importante: o Aeroporto.
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