2007-06-29

POR ONDE ANDA A CONFIANÇA DOS PORTUGUESES NA EUROPA?

É verdade que alguns inquéritos de opinião revelam que os portugueses ainda acreditam na EUROPA, mas será que é esta a Europa que queremos?
Temos de assumir que crescemos em diversas matérias. Mas os sacrifícios aumentaram e não é preciso reflectir muito para verificar que vivemos numa Europa monetarista, obcecada por um pacto de estabilidade. Aliás, o BCE tem enormes responsabilidades no clima de desconfiança que se vive na UE. As taxas de juro de referência subiram 8 vezes em ano e meio, de 2% em Novembro de 2005 para 4% em Junho de 2007. Podemos ficar descansados, porque até ao final do ano teremos a tão ansiada taxa de juro de 4,5%.

É este o caminho a seguir? É assim que queremos crescer, aumentando a dificuldade das famílias portuguesas em pagar os empréstimos e, consequentemente, diminuindo o seu poder de compra? Será obrigando os investidores a retrair-se, investindo menos ou simplesmente não investindo, paralisando substancialmente a economia?

Não será altura - e mais do que altura! - de referendar o tratado constitucional, ou mini-tratado, como lhe queiram chamar? Não seremos todos da opinião de que devemos ouvir os europeus, aliás, não será o facto de o processo de construção europeia estar a ser feito nas costas da população portuguesa que leva a que não nos identifiquemos com esta Europa?
São questões da maior importância que todos nós jovens devemos discutir com a maior elevação.

2007-06-27

Qual Europa?

Este texto é uma contribuição que nos chega da Roménia sobre os desafios da Europa:
Falar em princípios e palavras cuidadas sobre a UE é uma coisa que esclarece muitos assuntos, mas infelizmente não aponta para o verdadeiro problema. A União Europeia encontra-se impotente face a um problema que os estados nação, pela própria natureza, resolveram há séculos: a UE não tem credibilidade face aos próprios cidadãos.

Da perspectiva da pessoa que acabou de entrar na “grande família”, posso já dizer que “os europeus”(como ainda chamam aqui o resto da Europa) enganaram-se em tentar ir tão longe. Na Roménia, ser europeu só significa que podes ir para Hungria ou para Espanha sem passaporte...não há muito mais...o vinho já não se vende como costumava ser vendido um ano atrás, não há mais produtos “home-grown” nos mercados e toda a gente enlouqueceu a falar dos fundos estruturais.

"Meio ano também não é assim muito tempo", vão dizer. Verdade, mas foi o suficiente para a UE perder a sua credibilidade. Batendo ás portas do Oriente, esqueceu-se que tentava disciplinar países em que a única coisa que mantinha o caos longe era a ameaça do atraso na adesão.

Depois da entrada ter acontecido, voltámos todos para os assuntos habituais. E nem toda a diplomacia da Europa, nem todas as ameaças da activação da cláusula de salvaguarda conseguiram impedir nem a suspensão do presidente e o circo que rodeou o referendum a seguir, nem a aplicação duma lei que impõe uma taxa sobre mercadorias vindas da UE(carros a segunda mão). O “acquis”, os princípios tropeçaram na arrogância e na falta de princípios duma categoria de políticos por quais a Europa é só uma outra fonte de dinheiro, que tem que ser enganada duma maneira ou outra.

Portanto, como podia eu me sentir cidadão de uma estrutura que só me mostrou que não é bastante forte para obrigar uma banda de políticos corruptos a fazer exclusivamente o que querem?

Antes de tentar agarrar o continente todo, a UE devia pensar em solidar o que já tinha, porque, também como nos, não estava preparada para ir tão longe. È aqui que eu vejo mais um desafio para a presidência portuguesa: acrescentar mais sentido ao conceito de “europeu” e fazer com que a UE se adapte aos novos problemas que põe a entrada de paises completamente diferentes do “Ocidente”.
Irina Mihaescu

Para saber mais sobre a suspensão do presidente e a taxa de matrícula

2007-06-25

Tratado de Lisboa

Antes de se falar da necessidade ou não de um possível referendo, deve-se referir que a Presidência Portuguesa da União Europeia, pode mais uma vez deixar uma marca digna no caminho Europeu. Durante a última presidência com António Guterres, foi elaborada a Estratégia de Lisboa, que tarda em ser defenitivamente implementada em todos os estados-membros. Com esta presidência, Portugal pode deixar a marca de um tratado. Mas que tratado será este? Mais um tratado no seguimento do Tratado de Nice e afins, ou um Tratado Constitucional, ou mesmo um embrião para uma futura Constituição Europeia?

2007-06-24

Europa e os cidadãos

Tem-se ouvido nos últimos dias bastantes interveções sobre o futuro da União Europeia, sobre a profundidade que terá o Tratado Constitucional, sobre a necessidade de referendo ou não para ratificação do mesmo documento. São assuntos da maior importância para o futuro e estabilidade da UE, e para que esta fortaleça a sua posição no mundo.
No entanto, a maior parte do Europeus não sentem a proximidade da Europa nas suas vidas. Actualmente a discussão sobre o futuro da Europa esta num ponto decisivo, mas considero que os politicos de Bruxelas devem o mais rapidamente possível empreender políticas que aproximem a Europa dos seus cidadãos.

2007-06-22

Que Futuro?

Num momento em que a União Europeia parece atravessar uma crise de identidade e Portugal assume a presidência rotativa é cada vez mais importante reflectirmos sobre que futuro esperamos conquistar. Nós, jovens portugueses, podemos não ser na sua grande maioria a “Geração de Abril”, aquele que viu nascer um Portugal democrático, mas somos a “Geração Europa” aquela que viu Portugal integrar uma das maiores revoluções civilisacionais do nosso mundo e prosperar em solidariedade com outros países parceiros. Cada um de nós é parte desta revolução constante chamada União Europeia.

É neste contexto que surge este blog que não pretender ser apenas de alguns mas de todos aqueles que independentemente das suas diferenças ou expectativas queiram debater e lutar por uma Europa melhor. Estão todos convidados a discutir connosco a presidência portuguesa e os seus desafios e a contribuir para informar a juventude portuguesa.

Chegou a hora de sonharmos outra vez a Europa!!